Retratar através da fotografia e do audiovisual uma das principais profissões que compõem o cenário nordestino: a profissão de vaqueiro. Este é o foco da exposição “Vaqueiros Canudos” do fotógrafo Miguel Teles(foto), aberta à visitação de 1º a 30 de setembro no Foyer da Biblioteca Pública do Estado (Barris). No mesmo período, o público poderá conferir também o documentário homônimo que será exibido sempre às terças-feiras, na Sala Luiz Orlando (3º andar), às 10h e 15h. A entrada é gratuita. A exposição “Vaqueiros Canudos” conta com 23 fotografias em preto e branco e texto de abertura de Manoel Neto. Já o documentário é dirigido por Miguel Teles e a fotografia é de Roque Araújo. Ambos são resultados do projeto “Vozes e Imagens do Sertão”, criado em abril de 2005 pelos pesquisadores Miguel Teles e Manoel Neto. A idéia era retratar o vaqueiro nordestino, seu ambiente de trabalho e as influências do progresso industrial e tecnológico, gerando graves riscos para a sobrevivência da profissão. Em maio, o projeto fez parte da programação cultural da cidade de Nova Soure, a 246km de Salvador. “Vaqueiros Canudos é parte integrante de um sonho. É um resgate da importância da profissão de vaqueiro. Tem a cor, o som, o gosto e o cheiro das coisas do Sertão. Tem vaquejada, tem banho de rio, tem conversa de pé de ouvido e tem noite de forró iluminado à luz de candeeiro, fumaçando de preto a parede toda caiadinha de branco”, destaca Miguel Teles, referindo-se a diversos aspectos da cultura nordestina. Vaqueiro desde cedo, Miguel conta que aprendeu a profissão com seu pai. “O primeiro som que ouvi foi o aboio de um vaqueiro e uma vaca berrando pela cria no pé da serra. Só quem vestiu um gibão, meu sinhô, sabe o peso que lhe cai sobre os ombros. Hoje, estes vaqueiros se aposentam como lavradores porque o Ministério Público e da Previdência Social não reconhecem a profissão de Vaqueiro”,.
